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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Primeira Impressão Geral - Final de LOST



Análise Final Sobre LOST





1 – Introdução



“Eles nunca nos deixarão (...) contar essa história de ficção científica misteriosa’. Mas a rede de televisão e o estúdio disseram: ‘Sim, vocês podem fazê-lo. Vocês podem fazer isso’.” (Damon Lindelof)

"Nunca perdemos o controle. Ao fim da trama, todas as pontas se ligarão." (J. J. Abrams)


Primeiramente, vou deixar claro minha posição:

Concordo com tudo de tudo.

Há motivos para amar a série, outros para se decepcionar. No geral, lamento profundamente a chance que se perdeu de fazer uma série incontestável. Pra mim, até os primeiro capítulos da sexta temporada ainda dava para “amarrar tudo”. E acho que muitas teorias de fãs, se aperfeiçoadas por outros, levariam a um final de série fantástico. Sem comparação com o final que assisti (que tem algumas grandes virtudes).

Agora, que a poeira baixou e todos já estão entendendo que a ilha era REAL (o contrário seria realmente terrivelmente ruim), podemos passar essa parte e partir para análises mais profundas.

No fim, há muita coisa interessante em LOST, sem dúvida, em que pesem os "poréns", trata-se de uma série que traz reflexões acima da média. Só pelo tanto de debates bons que a série anda proporcionando... Isso já conta alguns pontos a seu favor. Acho que poucas séries hoje em dia conseguem fazer isso. Em tal nível.

Infelizmente algumas dessas questões interessantes da série nem apareceram no grande final.

Entre boas questões, que apareceram ou não, só para exemplificar, estão: A ciência é perigosa? O homem é essencialmente egoísta ou corruptível? Se sim, como proteger o futuro dele? A fé seria um mecanismo racional de defesa contra esse egoísmo (se ele existir mesmo)? Há explicação científica para tudo que acontece? Ou há coisas que a ciência nunca vai explicar? Existem coisas além do nosso entendimento? O que é o bom e o mau? Pessoas mudam? ... Tudo isso se “discute” muito intensamente em LOST. É uma série histórica a meu ver. Fantástica! Porém... Deixa essa parte para depois... Volto ao final.

Achei o final, talvez, um tanto "muito emotivo", embora tenha adorado os reencontros. Não queria que tomassem toda a cena. LOST, ao contrário do que todo mundo está dizendo (e infelizmente só comecei a ver esse discurso tão forte depois que os criadores jogaram para todos, em entrevistas, que essa seria uma espécie de “desculpa oficial”, talvez recebida de forma muito acrítica), não era apenas um drama! Uma história sobre personagens. A ilha não era qualquer ilha. Muito menos o “vida pós-morte” estava abordado como algo central na série.

De fato, o final teve o mérito de ser bombástico/inesperado. Acompanhei muito os fóruns de discussão e não vi levantarem a Realidade Paralela como “flash-limbo”. Foi uma última grande surpresa. Diria até interessante. Porém, sequer supera o “FF” do fim da terceira temporada. Achei um “algo a mais” pequeno. Interessante e surpreendente, mas, cá pra nós, meio “clichê-auto-ajuda”, enfim, insuficiente para um final de seis anos.

LOST não era uma série APENAS de ótimos personagens. Era mistério, suspense, teorias. Não nego que o que me levou a acompanhar foi mais a segunda parte (que, de fato, sozinha não basta). Quantas vezes a ilha não se tornou o principal personagem de LOST em todos os fóruns? Por que mesmo as “promos” feitas por fãs para o final de LOST (ver youtube) não deixavam de vincular a série aos experimentos da Dharma, escotilha, quadro-negro com mistérios, entre outras referencias claramente científicas? Quantas criações não surgiram em torno disso? Como dito num blog, qual outra série tem seu “LOSTPédia????”. Isso é à toa?

Justamente essa parte, que varia entre 20 e 80% na preferência dos fãs, foi meio que “jogada no lixo” no final, e, de certa maneira, nesta temporada. É como se a série só tivesse cumprido 50% do seu papel (e olhe lá, pois via mais questões sobre a ilha – na boca dos fãs de lost e nos fóruns – que sobre outras coisas).

Sem deixar de mencionar que também não achei tão interessante o desfecho da história das pessoas, até pelo motivo de que não consigo enxergar isso tudo tão desvinculado assim da ilha, que, por sinal, permanece um mistério.

Aqui alguém pensa: “Ah, você reclama do final somente porque queria um LOST cienífico, focado no mistério!”. NÃO! NÃO MESMO! Queria, ao menos, tendo em vista esses seis anos ajudando no sucesso da série (cada um tem uma parte nisso...) um pouco de atenção! Ao menos que se tentassem amarrar logicamente, um pouquinho que seja, os mistérios da série.

Olha, o lado “história dos personagens” até poderia se sobressair. Porém, não poderia acontecer o que aconteceu. Ele esmagou, detonou o “outro lado”. A ciência, que atraiu tanta gente e foi grandemente “insinuada” durante desde a segunda temporada, foi reduzida a quase nada. Pra que aquelas temporadas então? Parece que só a primeira e a sexta são realmente importantes...

Enfim, nós, fãs dos mistérios e ciência da série (além das histórias dos personagens), somos modestos. Era: Podem falar dos personagens, mas se esforcem um pouco em relação a esse lado também!!!

Achei inadmissível uma série que poderia ter sido tão fantástica (com tanto tempo pra ser pensada e mesmo "amarrada" novamente se fosse o caso), ter deixado tantas falhas e questões IMPORTANTES sem respostas. Faltou mesmo as místicas em alguns casos! E realmente não creio que 20 minutos de extras num DVD vá salvar nem 1/3 disso.

Não deixa de ser uma traição com todos os fãs que amaram todas as temporadas, valorizando cada segundo do seriado. E os criadores/produtores inclusive diziam, em entrevistas, que TUDO era importante. Não foi isso que aconteceu.

Infelizmente, fiquei com uma sensação de que até uma comissão de fãs finalizaria melhor tal parte.

Mais uma prova de que eu não estava pedindo nada demais: Aceitamos explicações até completamente diferentes das nossas, as hipotéticas, desde que sejam... Explicações!

No meio da sexta temporada, já sem com decepções, decidi, como última esperança, que topava mesmo explicações “mitológicas” e tal, embora não as considere boas. Era um “pelo menos isso” (pois, ainda assim, seria uma espécie de traição). Lógica ao narrar o mito. Mas parece que várias coisas ficaram sem explicações quaisquer, mesmo mitológicas/”a-cientificas”.


2 – No geral, porque considero que nada ficou bem-explicado


Meu fim ideal para LOST inclusive seria que a série deixasse ambas as possibilidades de explicação no ar. Seria fantástico prolongar a discussão de “aquilo tudo foi ciência ou algo-além-da-ciência”??? Não precisava ser somente explicação científica/racional.

Ora, o que há de mais próximo disso é uma explicação vaga sobre bolsões eletromagnéticos. Entretanto, eles não explicam muita coisa. Não criam a possibilidade concreta de se explicar LOST TAMBÉM pela ciência. Não há um “link” mínimo. Assim, só resta aceitar a fé. O mito. A magia. Algo semelhante. Ainda assim, sem tanta coerência lógica. É muita desvantagem para a ciência.

Enfim, o pouco eletromagnetismo que apareceu na história, em minha opinião, se dá de uma forma meio “magicizada” (criando termos aqui). Não se sabe como ele faz ou pode fazer/gerar as coisas que acontecem na ilha. O pouco “científico” que aparece possui muito mistério também. É muito pouca sugestão!

Faltou TENTAR explicar mais as coisas cientificamente também. Não precisam ser respostas científicas. Esperava tão somente algumas tentativas de respostas científicas (além das “místicas”). Algo que levasse a pensar: “é possível uma coerência”, mesmo que não mostrasse qual.

Mesmo lendo Super e Galileu sobre Lost, nota-se que a coisa continua meio sem esse link e que poderia ter se desenvolvido esse lado científico da série muito mais. Acho que a coisa ficou “capenga”. Pendeu mais pra um lado, depois de várias temporadas sugerindo justamente o contrário. Como fazer uma interpretação científica (também) das mensagens/linguagem/respostas de Jacobina (vulgo também “mãe” louca)? Falta esse link.

E na sexta temporada, todos os mistérios foram se tornando mais e mais míticos e difíceis de explicar pela ciência. Parece-me uma opção dos produtores por fazer com que as dúvidas sejam resolvidas mais pelo lado “mágico” mesmo, ao contrário das muitas temporadas anteriores, em que eram sugeridas várias possibilidades de explicações científicas TAMBÉM.

Se isso se deve a eles terem se perdido ou não, eu não sei. Mas às vezes parece que tinham desenvolvimentos que se perderam. E lendo a resenha feita por Rafael no blog “Dude, we are lost”, a certeza só foi reforçada. Disse ele:

“Antes de qualquer coisa, vamos tirar da frente algo que me incomoda profundamente em qualquer conversa sobre Lost: é evidente que os produtores foram escrevendo a história ao longo da série”

Ora, isso é uma falha! Uma falha grave! Não dá para deixar pra lá a “coerência interna das coisas levantadas”. Então, pra que levantar? Gerar audiência? Ok, mas que não se queira dizer, depois, que foi uma obra-de-arte satisfatória. Claro que não foi.

Por isso que LOST foi, inegavelmente, uma mistura de, como dito num outro blog, “Pink Floyd com muito de Calypso também”. Infelizmente! Não precisava ser assim. Ficou uma coisa mal-feita que só se salva por ter tido grandes momentos e algumas questões e histórias interessantes. Mas é isso! Poderia ter sido muito, muito, mas muito melhor!

Voltando a questão do “abandono da ciência”, não seria tanto problema se, desde a 1ª temporada, estivesse claro que tudo era mais místico que científico, entretanto, acho que quem acompanha os debates sobre a série, lembra muito bem que o que havia era quase o contrário. Ou seja, parecia que tudo ia se desequilibrar pro lado da ciência. O próprio Jacob só apareceu no fim da quinta, ainda assim, num episodio que “transpirava” ciência.

O que critico é: levantar coisas sem poder resolvê-las. E isso LOST fez demais.

E, aqui, algo é importante de ser lembrado. LOST nem sempre cometeu tais erros. Várias questões intrigantes foram levantadas e “otimamente” respondidas durante as temporadas. Inclusive muitas de modo científico. E nem vou dar exemplos, pois acho que isso é só puxar pela memória e perceber. Era só se manter assim.

Por fim, quero trazer exemplos concretos de questões em LOST que dificilmente se explicam cientificamente (embora possam se ajustar ao lado “mitológico”) para demonstrar/ilustrar esse desequilíbrio de que reclamo.

Trarei, ainda, algumas questões que talvez não se expliquem sequer na lógica mística da série. Queria uma sétima temporada talvez...

Essa terceira parte deste post, digamos assim, será, portanto, dividida pelo BLOG (ou melhor, será o BLOG). São os mistérios. Cada qual terá seu tópico específico.

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