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sexta-feira, 4 de junho de 2010

A1) Ilha

Para muitos, o maior mistério...

E... Pois é... Ninguém sabe dizer ainda o que é exatamente a ilha...

E, afinal, o que explica seus movimentos?

Lado científico: Não seria um “lugar místico”, e sim um lugar “normal” na Terra, mas com anomalias eletromagnéticas. Tudo bem, mas o que faria ela se mover (a ilha se move no espaço continuamente, segundo Eloise disse na quinta temporada. Por isso não chega resgate)? Que propriedade é essa?

Por que só algumas coordenadas levam a ela? Se ela está nesse mundo, não se explica que possa ser "acessada" somente em determinados momentos (janelas). Ou se explica?

Por que a galera do cargueiro entra e sai quando quiser na quarta temporada? Não tem que ter as "janelas abertas da ilha"? Que são essas afinal? Que são as “janelas abertas” de Eloise Hawking? (coloco até como mistério autônomo logo)

Como se construiu aquela rolha? Ou melhor, como eram as coisas na ilha antes dela? E quando foi o “antes da rolha”? Essas perguntas são importantes para entendermos a real função da rolha, afinal, o que ela evita exatamente? A destruição da ilha? Da vida pós-morte? Do mundo todo? De tudo? Mesmo os fãs satisfeitos divergem quanto a isso.

E a história do vulcão inativo?


Lado místico
: Lugar singular. Espécie de Universo Paralelo mágico. Possivelmente uma fronteira com o "céu"/"pós-morte" ou algo parecido.

Se é assim por que todas aquelas explicações científicas (coordenadas "x" ou "y")?

Se alguém consegue chegar lá, é porque Jacob quis/trouxe? Ele manipulou Desmond para deixar de apertar o botão?

Outra dúvida diz respeito a sua função de "rolha". Uma interpretação possível é que a "fumaça" só surgiu quando MIB "caiu" na caverna. Assim, aquela explicação principal de Jacob no episódio 6x09 se transformaria em um engodo para Richard. A função principal da ilha nunca foi a de "evitar que a fumaça saia", função criada tão somente pelo evento com o irmão. Nada disso ficou claro na série.


Agora, tentativas de fãs (explicar o que é a ilha) lá no ótimo blog Aventura Humana, do Paralelo:


"O que é a ilha? Gostei de uma teoria aqui mesmo do seu blog. Um rapaz disse que era de fato algo natural. Estabilidade natural e tal. Assim, aquele mecanismo que vimos no “the end” seria tão somente a “escotilha antiga”. Mecanismo criado para consertar alguma “merda antiga” feito pelo homem. Acho que podemos trabalhar em cima disso e tentar ver se é coerente. Claro que há sempre o risco do fã ter ido além do Carlton e Damon. Mas antes isso."

Outro:

"existe uma ilha que contém a energia da vida, POTÊNCIA DE CONTRÁRIOS, vida e morte. homens chegaram na ilha, homens tentaram controlar essa energia, homens morreram tentando fazer isso. um homem percebeu que essa energia não deveria ser acessada, esse homem tornou-se um guardião. por anos e anos e anos outros homens chegaram à ilha e tentaram em vão acessar a fonte de energia, sempre impedidos pelo guardião. um guardião escolhia um substituto, que ACEITAVA essa missão e, ainda que às vezes não entendesse por completo, SENTIA que proteger a ilha era o correto a ser feito. um desses guardioes foi a VELHA q matou a mae verdadeira de jacob e mib"

(...) numa época em que não havia guardião, ele não existia porque não havia necessidade. quando um 1º homem quis se apropriar diretamente da energia da fonte, o guardião se fez necessário.

houve um tempo em q os homens não queriam acessar a fonte, não tinham essa curiosidade. o “1º homem” tem a ver com o qualificador “que quis se apropriar diretamente da energia da fonte”. só a partir disso é q há a necessidade de um guardião."

De toda maneira, creio que não explicam mesmo as várias perguntas que fiz no começo deste post.

Mas, vamos pesquisando que a gente chega lá (ou não).

9 comentários:

  1. No meu entendimento, o maior e mais persistente erro ao analisar Lost, é querer categorizar genericamente como "ciência", "religião" ou "drama pessoal", especialmente pela forte tendência em fazer essas correlações como um reality show ou em substituição à doutrinas institucionais dogmáticas.

    Lost é antes de tudo, Arte... talvez não mereça um "A" maiúsculo, mas é Arte.

    A simbologia da Ilha em diversas, explicaria alguns porquês de sua incoerência e hiperpoderes, pois em diversas culturas e associações religiosas, a Ilha é um lugar de isolamento, um mundo à parte, uma espécie de "Paraíso", pois como o paraíso dos deuses, ela é também inalcansável, exceto aos escolhidos.

    De fato ( especialmente na cultura anglo-saxã), um lugar especial.

    Agora, especificamente no âmbito psicológico, a Ilha pode ser compreendida como isolamento psiquico, uma parte "visível" do consciênte cercada por um mar de subconsciênte.

    Bom, voltando ao mundo das artes, o que Lost fez foi bem peculiar, pois ao jogar esse simbolismo todo junto a uma rica mesclagem de citações culturais e drama-suspense, criou-se uma ampliação da projeção pessoal dos espectadores, aumentando exponencialmente, aquilo que já era impossível de evitar em qualquer tipo de narrativa.

    Não há como definir o papel da Ilha em termos próximos daquilo que chamamos de realidade, não apenas por ser ficção, mas simplesmente porque ficou claro que a série não trata de elementos "verossimeis", nem dentro de sua ficção e muito menos próxima daquilo que vivenciamos em outras obras.

    A Ilha-Lost é sim um espaço onde as projeções dos fãs ( teorias e afins) acabaram colidindo com o que havia de pré-concebido ao seu respeito, seja na forma ancestral e simbólica, seja como argumento cinematográfico.

    A Ilha-Lost, certamente foi um dos maiores exemplos de interação entre público e criador já mostrados na grande mídia, talvez perdendo apenas para peças interativas de teatro.

    Portanto dentro dos limites ficcionais criados pela série, com "caixas-mágicas", "luzes da vida-morte-renascimento", aparições, truques e tudo mais que era criado ou potencializado pelos poderes da ilha, vemos que essas criações pessoais foram compartilhadas entre os personagens e o público.

    Quer dizer, o público criava certas expectativas que eram inseridas dentro da série, selecionadas entre as possíveis teorias mais populares e ao mesmo tempo os personagens se confrontariam com essas teorias.

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  2. Mas como é irresistível teorizar ( e compensar a frustração de muitos colegas ao lerem o meu post anterior, pois eu estou tentando tirar o véu das tentativas vãs de explicar o inexplicável, que são as teorias baseadas em argumentos "realistas"), eu cito a minha teoria do Ambiplasma:

    Ambiplasma é um mateiral hipotético que contém partes de matéria e anti-matéria, precedendo a criação do Universo, "gerenciando" ambas as partes

    Dessa interação, surge informações que explicariam as súbitas aparições fantasmagóricas , "realizações de desejos" e outras maluquices, como o MIB simplesmente "saber" como se contrói a Roda e o seu funcionamento.

    O Ambiplasma é o "médium" entre a matéria e anti-matéria, assim como uma metáfora para mediar outras dualidades lostianas.

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  3. Acho que entendo parte do que você quis dizer.

    Ocorre, porém, o seguinte: é exagero dizer que existe uma "verdade" na/da obra?
    Que os autores têm essa resposta em mente?
    Afinal, há elementos sobre ela. Esses elementos devem ter partido de uma concepção sobre "o que é a ilha".

    Exemplo de elementos: "caverna de luz"; "janelas de acesso"; "distorção temporal"; "curas"; "movimentação constante no espaço". etc.

    Particularmente, acho que se os criadores não fazem idéia do que é ilha (digamos que exista essa hipótese), melhor seria não criar muitos mistérios sobre ela. Seria melhor para a obra. Muito menos dar declarações do tipo "ao fim, todas as pontas se ligarão, vocês é que são muito pouco nerds" (J.J.Abrams disse algo assim)

    Não me parece que eles tivessem em mente o "ambiplasma". Teriam fornecido mais elementos a respeito.

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  4. Ilha, na verdade houve a ideia da Luz é de certo modo uma correlação ao Ambiplasma, considerando que essa Luz é a mesma que fez e aconteceu na Ilha, tanto em eventos temporais, curas milagrosas, aparições fantasmagóricas e as demais coisas fantásticas.

    As correlações que eu citei sobre Solaris e Stalker, tb dão aval para esse tipo de conceito "ambiplásmico", embora cada um tenha funções e características próprias dentro de suas semelhanças.

    Outra citação indireta, é o quase-anagrama e a semelhança dos nomes de Hannes Alfvén (criador do conceito de Ambiplasma) e Alvar Hanso, além da biografia de Hannes ser semelhante à biografia ficcional de Hanso.

    Além disso, os nomes guardam semelhanças etimológicas, o radical Hans é de João, John e Johannes e Alfvén e Alvar, remetem a origens de nomes toponímicos, nomes de lugares e correlatos.

    Mas isso é só a cobertura do bolo mesmo, o recheio me parece ser o ambiente ficcional da Ilha como palco das interações entre a ficção lostiana e a participação do público.

    Pois essa questão da escolha de uma ilha como ponto de referência, certamente passa por esses elementos simbólicos que citei antes, são praticamente obrigatórios em questões desse tipo.

    Daí volto à sua pergunta se existe uma "verdade" em Lost...

    Diria que sim e não, ao mesmo tempo.

    A "verdade" de verdade é aquela que moldou a inclusão das expectativas dos fãs na série e a "verdade" de mentira, digamos assim, foi a oportunidade de projetarmos diversas questões, das pessoais às trancendentais, nos conflitos mostrados na série.

    Aliás, projeção e empatia, são elementos fundamentais em qualquer criação artística e nesse ponto específico, Lost deu uma aula e tanto.

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  5. Interessante,

    Mas ai fica estranho, pois alguns "milagres" da ilha são seletivos. As curas e "não-curas" são o maior exemplo.

    Quanto a essa verdade aí, prefiro a "objetiva" mesmo (se isso existe...), mas, faltando esta, estou atrás de uma subjetiva boazinha :)

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  6. Eu também preferia, aliás fazia questão disso até a 4º temporada, mas depois que o "início do fim" inverteu a polaridade do tom narrativo da série, só me restou aceitar o que eles propunham.

    Porém, se nós insistirmos numa verdade objetiva e eu nos conceitos genêricos ligados e assemelhados ao Ambiplasma, eu acho que fica muito mais fácil de preencher diversas lacunas da Ilha, até mesmo as mais incoerêntes.

    A grosso modo, a Luz-ambiplásmica-genérica, teve na definição da Mãe Jacobina ( a Luz é fonte de vida, morte e renascimento), um paralelo com estados consciêntes ( digamos assim para simplificar), o estado consciente Sim (consciênte de sua consciêcia), Não e Talvez.

    Parece arriscado e meio ridículo propor isso, mas a um nível psicológico, isso é real e no contexto da ficção da série, é real tb.

    A Ilha, evidentemente por intermédio da Luz, já proporcionou estados de consciência variados dos personagens, obviamente um estado de Não-consciência, seriam os sonhos, posteriormente percebidos como tal, após o sujeito acordar ou de alguma forma ter consciência que sonhou ou alucinou.

    Deste ponto, supõe-se que é o estado de consciência Sim-consciênte, mas aí entra a questão do Talvez, pois até que ponto os personagens tem mesmo consciência de estarem "despertos" ?

    Essa blablabla de Sim, Não e Talvez, serve aqui para ilustrar o caráter não-objetivo dentro da própria objetividade da série, uma não-objetividade que não poderia ser negada pela experiência da vida real e muito menos pelos precedentes da série.

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  7. Continuando...

    Mas também servem para dar margem ao nível de integração com a Luz-Ilha, dado a forte possibilidade de quanto menos se crê em suas capacidades "mágicas", menos eficaz ela se torna.

    Ou seja, se Charlie e Claire desejaram um pote de creme de amendoim ao mesmo tempo que a imensa gula de Hugo e a necessidade concreta do resto dos personagens que desejavam comida para sobreviverem,o que poderia ter ocorrido é uma facilitação para que isso ocorresse, seja por simples mágica, encaminhamento para algo que já existia ou uma fusão entre esses e outros elementos.

    Pode parecer tosco que a Ilha criasse mundos e fundos, mas a simples constatação da súbita aparição ou descoberta de coisas, construções e pessoas que não estavam ali antes, sugerem que a Ilha é um parque temático manipulado ao gosto da sua freguezia.

    Nessa objetividade pseudo-científica, podemos sim considerar que qualquer coisa ali foi "inventada" pela interação com a "mágica" da Luz-Ilha, basta considerar os momentos onde coisas que não deveriam estar na Ilha, simplesmente apareceram de diversos modos.

    Eu sempre noto resistência a esse tipo de ideia, fico até intrigado porque essa ideia é tão rejeitada entre tantas ideias muito mais absurdas e incoerentes que são tidas como corretas na série, embora eu creia que o fato de eu ser um cinéfilo comprometido, tenha ajudado com vários precedentes.

    Mas eu acho que a verdade, é que ninguém gostaria de admitir que a Ilha é um palco artificial, que a série é apenas uma série e o que ocorre ali é uma fusão de argumentos prévios, interação criativa com o público e interesses comerciais... isso seria exigir demais da Suspenção de Descrença...seria despir o mágico de todos os seus segredos e mostrar o manipulador dos fantoches atrás do palco.

    Mas isso não é um sadismo... muito pelo contrário, pois se ocorre de haver tantas incoerências e desmentidos, o que fica revelado com isso, é que NÃO É PARA O PÚBLICO ACREDITAR NAQUILO, MAS SE INSISTIR EM ACREDITAR É POR SUA CONTA E RISCO: ou o público se perde em suas próprias fantasias ou encontra um caminho próprio para explicar e justificar sua presença na Ilha-série.

    Por isso a correlação entre uma Luz que poderia dar aos personagens tudo que eles quiserem e a excessiva projeção do público com a série, exigindo dela tudo que as pessoas esperam.

    Então, ficamos com as "verdades" objetivas e subjetivas ao mesmo tempo...rsrs

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  8. :) Depois eu comento melhor, mas acho que entendi sua proposta. Só acho que realmente "não bate com cabeça dos criadores", mas seria bem melhor isso do que o que foi. Achei muito interessante algumas coisas/possibilidades disso tudo.

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  9. Ilha

    Bom... é difícil dizer o que se passava na cabeça dos caras, mas se nós pegarmos como exemplo a fase inicial da série, com as ousadias narrativas e demais "novidades" para o que seria uma série de tv, creio que qualquer coisa seria possível.

    Mas entendo que seja difícil cogitar isso, porque a frustração com a fase final da série, atinge até os mega-otimistas.

    Porém, dado a História ( com H maiúsculo mesmo...rsrs) da série, nada impediria algo mais vanguardeiro.

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